O Estreito de Gibraltar pode tornar-se um anel de fogo


Segundo investigadores alemães e portugueses, o Oceano Atlântico deverá começar a fechar-se dentro de cerca de vinte milhões de anos. À medida que a América e a Europa se aproximam, o Estreito de Gibraltar poderá tornar-se mais ativo geologicamente e tornar-se um anel de fogo.

Sinais do futuro geológico

Alguns cientistas estão trabalhando para reconstruir os movimentos das placas tectônicas ao longo do tempo, ao longo de várias centenas de milhões de anos. Modelos de previsão podem agora ser desenvolvidos para determinar movimentos futuros de aproximação e afastamento uns dos outros. Esta “dança” dos continentes na superfície do nosso planeta é a base de um modelo científico - o ciclo de Wilson. Investigadores das universidades de Mainz (Alemanha) e Lisboa (Portugal) publicaram um estudo na revista Geology a 12 de fevereiro de 2024, no qual descrevem um episódio do ciclo de Wilson que se espera que ocorra daqui a vinte milhões de anos.

O Oceano Atlântico, nascido da dissolução do famoso supercontinente Pangeia há 180 milhões de anos, poderá um dia fechar novamente. Os autores do estudo tentaram detectar sinais desse futuro nas rochas geológicas do Estreito de Gibraltar. Este estreito, com apenas 59 quilómetros de extensão, é conhecido por ser uma passagem marítima única entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo.

Mas porque é que os cientistas demonstram tanto interesse no Estreito de Gibraltar? A convergência da América e da Europa implica a presença de uma zona de subducção, ou seja, quando a crosta oceânica de uma placa afunda sob outra. Eles explicam que abaixo do Estreito de Gibraltar existe uma antiga zona de subducção, em grande parte inactiva, que está a migrar do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico. Movendo-se para oeste, esta zona teria se tornado mais ativa geologicamente por meio da intrusão de subducção, cenário que pode ser observado graças a simulações computacionais desenvolvidas pelos pesquisadores.

Ótima oportunidade para pesquisadores

Segundo os autores deste trabalho, o Estreito de Gibraltar poderá tornar-se um anel de fogo, semelhante ao que actualmente rodeia o Oceano Pacífico. Além disso, estudar esta zona de subducção representa uma verdadeira oportunidade para os investigadores, uma vez que é possível observar o processo em curso. Na verdade, os cientistas recordaram a existência de outras áreas deste tipo no Oceano Atlântico, nomeadamente as Pequenas Antilhas (Caribe) e o Arco da Escócia, perto da Antártida. No entanto, eles entraram no Oceano Atlântico há vários milhões de anos.

Embora o embasamento geológico do Estreito de Gibraltar esteja numa fase lenta, ainda está ativo e desempenha um papel importante na atividade sísmica da região. E embora os intervalos de retorno sejam provavelmente muito longos, o risco de fortes tremores é muito real, como no caso do famoso terramoto de Lisboa de 1755, que registou entre 8,5 e 9 na escala Richter, tornando-o o terramoto mais forte alguma vez registado. pelo homem.

Gustavo José
Gustavo José Escrever para a web é minha paixão.

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*Traduzido de site parceiro